quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Curiosidades

1 - Brasão das Caldas da Rainha



Ainda hoje, a cidade das Caldas da Rainha mantém como armas, o brasão da Rainha D. Leonor, ladeado à esquerda pelo emblema de D. João II (o pelicano);  ladeado à direita pelo seu próprio emblema (o camaroeiro). 
Ao manter estas armas, a cidade é das poucas povoações do país (1) a utilizar um brasão anterior à normalização da heráldica municipal levada a cabo em meados do século XX, não estando de acordo com a legislação em vigor.

A 12 de Julho de 1491 encontrando-se o Infante D. Afonso, filho de D. João II e da Rainha D. Leonor a cavalgar nas margens do Tejo, caiu do cavalo e embora prontamente socorrido por uns pescadores, para casa de quem foi transportado numa rede, veio a falecer. 
A partir dessa data, a todos os brasões das vilas da Rainha, foi acrescentado uma rede e um pelicano, divisas de D. João II

(1) - 
Ovar e São João da Madeira são as outras duas povoações que também se vão mantendo à revelia da norma heráldica

O primeiro Brasão de Armas das Caldas da Rainha era o escudo real, o mesmo do da Vila de Óbidos, a cujo termo pertenceu, e que fazia parte da Casa da Rainha D. Leonor. 



Nota:
Brasão Caldas da Rainha - Oficial  da Ordem Militar da Torre Espada, do Valor, Lealdade e Mérito (Grau Dama) 
26 de Abril de 1919 - Concessor - João do Canto e Castro, Presidente da República







2 - Concelhos com uma única freguesia

Em Portugal há 5 concelhos com uma única freguesia

Alpiarça, Barrancos, Porto Santo, São Brás de Alportel e São João da Madeira



3 - Concelhos sem qualquer freguesia

Em Portugal existe um único concelho sem uma única freguesia

Vila do Corvo - Açores




Barcelos é o concelho com o maior número de freguesias - 68





4 - Brasões "à revelia" das normas heráldicas dos inícios do século XX



São três os concelhos que "à revelia" das normas heráldicas  mantêm os seus brasões:
Caldas da Rainha - Ovar - São João da Madeira



São João da Madeira

Carta de alforria em 11 de Outubro de 1926

Brasão
O brasão municipal foi concebido logo após a emancipação concelhia, em 1926, por um ilustre sanjoanense, o Padre Dr. Serafim Leite. As cinco torres da coroa mural ou timbre significam que tem a categoria de Cidade. A barra a negro, em chefe, no escudo, contendo a palavra LABOR, pretende significar que foi à custa do trabalho dos seus "Unhas Negras" que São João da Madeira se desenvolveu e emancipou. A fábrica, na pala direita, recorda o ânimo industrioso e empreendedor do seu Povo. O feixe, na pala esquerda, aponta a sua base agrícola inicial e o bairrismo dos seus naturais. Os esmaltes de prata e verde coadunam-se com os símbolos nele representados.

o Brasão Municipal não foi aprovado pelas entidades oficiais, por contrariar algumas das normas impostas para aquele efeito, o que presumimos que tudo se tem mantido na mesma até aos tempos presentes! Situação que interessa que venha a ser esclarecida, pois que aos Sanjoanenses de forma alguma lhes convém que tenham um Brasão Municipal que se mantém à revelia !


sábado, 24 de setembro de 2016



POVOAÇÕES CONDECORADAS COM
A ORDEM DA TORRE ESPADA

Anexo 2 - Alcobaça

Ver mais   http://flemingdeoliveira.blogspot.pt/2010/06/o-movimento-republicano-de-santarem.html

Quem passa por Alcobaça - Maria de Lourdes resende





Alcobaça Vila


Alcobaça elevada ao estatuto de cidade em 1995

Alcobaça - 1919 - Foi feita Dama da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito a 26 de Abril de 1919.[10]  --Cabto e Castro

Terras de Cister
O vasto território constituído pelos concelhos de Alcobaça e Nazaré, bem como parte do concelho de Caldas da Rainha, constituiu os «Coutos de Alcobaça».



Anexo 2 - Alcobaça



GLÓRIA: A TORRE E ESPADA

No ideário e na lembrança dos republicanos, o quixotismo e a bravura da população e da tropa de Alcobaça nos acontecimentos de Janeiro de 1919, relevaram mais que tudo e haveriam de ser recompensados politicamente quando as circunstâncias se alterassem e as forças tivessem outra correlação entre si, o que não demorou muito.

Graças à meritória actuação da tropa e dos habitantes da Vila no Movimento de Santarém, na Monarquia do Norte e na defesa da República, decidiu o Governo da República, sendo Primeiro-Ministro o Dr. Domingos Pereira, que entretanto seria substituído, sob proposta do Ministro da Guerra, em 10 de Maio de 1919, pelo Decreto nº 5.644, atribuir à Vila de Alcobaça a Torre e Espada, a mais alta condecoração portuguesa.

Para entregar a condecoração deslocou-se a Alcobaça, no dia 17 de Maio de 1920, o Presidente da República Dr. António José de Almeida, acompanhado pelo Ministro da Guerra e por Cunha Leal, entre outras personalidades.

O estojo que encerra o colar oferecido à Câmara de Alcobaça, que se encontra hoje em dia guardado e exposto no gabinete do Presidente da Câmara, contém a seguinte dedicatória:

À Vila de Alcobaça, pelo seu heroísmo na defesa das instituições republicanas - 10 de Maio de 1919 - O Governo da República Portuguesa.

António José de Almeida assumira as funções de Chefe de Estado em 5 de Outubro de 1919. Era tribuno ardente, pleno de encanto pessoal, ídolo das massas republicanas, possuidor de uma bela imagem, em que se destacava uma farta cabeleira branca. O seu discurso de posse, é importante para se perceber um pouco da sua personalidade:

.......

A República Nova, de Sidónio Pais, assustou seriamente os republicanos convictos e deu algumas esperanças aos monárquicos. Com o assassinato de Sidónio Pais, embora com desinteligências entre si, 
os monárquicos conspiraram redobradamente para uma restauração do regime derrubado em 5 de Outubro, 
e os oficiais do Exército por um governo de ditadura militar. 

A Sidónio sucedeu o Almirante Canto e Castro, monárquico passivo, tendo como Primeiro-Ministro Tamagnini Barbosa, oficial do Exército, cuja primeira tarefa era tratar, se possível, de uma acção militar decisiva.
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Alcobaça

Entre 23 de Dezembro de 1918 e 29 de Janeiro de 1919 houve, no País, vários pronunciamentos militares importantes.
Dentre eles, destacamos o ocorrido em Santarém, pela intervenção que nele teve a Bateria do Regimento de Artilharia 1, de Alcobaça, e que deu azo à atribuição da condecoração da Torre e Espada de Valor, Lealdade e Mérito à Vila de Alcobaça, pelo Presidente da República Dr. António José de Almeida.

Para combater a Monarquia do Norte ou Reino da Traulitânea, em alusão aos maus tratos infligidos aos presos e às perseguições desencadeadas, saiu mais uma vez, com abnegação, a Bateria da Artilharia de Alcobaça, como já o fizera para Santarém, acompanhada de alguns civis armados

Segunda reza a história, e a memória do povo da Vila de Alcobaça, a Bateria de Artilharia 1, portou-se bem e com brio contra os trauliteiros do norte.
Nas devidas proporções e à sua medida, Alcobaça era um baluarte da República.

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quinta-feira, 22 de setembro de 2016





Porto .--  1919 - Cidade agraciada com a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito a 26 de Abril de 1919 - João Canto e Castro -



PORTO
Após o Cerco do Porto e a morte de D. Pedro IV por um decreto redigido por Almeida Garrett e promulgado por Passos Manuel e D. Maria II de 14 de Janeiro de 1837, são alteradas as Armas do Porto:

“Presidente e vereadores da camara municipal da antiga, muito nobre, sempre leal e invicta cidade do Porto: Eu a rainha vos envio muito saudar, e por vós a todos os cidadãos da vossa heroica cidade, como aquelles que sobre todos muito amo.

Amigos: porquanto meu augusto pae, de saudosa memoria, com o precioso legado do seu coração deixou satisfeita a divida em que ambos estavamos a uma cidade que é o generoso berço d'esta monarchia, e que havendo dado o nome a Portugal, tantas vezes o tem rehabilitado à face do mundo, e restituido á primitiva gloria e explendor da sua origem; e não me sendo possível juntar nada áquelle grande testimunho com o que o libertador de Portugal, assim firmou a memoria do seu agradecimento, como a dos serviços da mais illustre das cidades portuguezas, a qual já pela admiração das gentes é justamente appellidada eterna; quis eu, todavia, como rainha de Portugal e como filha do Sr. D. Pedro IV, consignar pelo modo mais authentico e solemne, e dar toda a perpectuidade que em coisas humanas cabe, áquelle inapreciavel documento da gratidão real; e para este fim, houve por bem, em decreto d'esta data, determinar o seguinte:

1º - Para memoria de que a cidade do Porto bem mereceu da patria e do principe, serão as suas armas um escudo aquartellado, tendo no primeiro quartel as armas reaes de Portugal; no segundo as antigas armas da mesma cidade, e assim os contrarios; e sobretudo, por honra, e em recordação do legado precioso que de meu augusto pae recebeu, um escudete vermelho com um coração de oiro: coroa ducal; e por timbre um dragão negro das antigas armas dos senhores reis d'estes reinos; com a tenção em letras de oiro sobre fita azul - Invicta: - e em roda do escudo a insignia e collar da gran-cruz da antiga e muito nobre ordem da Torre e Espada, do valor, lealdade e merito.

2º - Aos títulos de antiga, muito nobre e leal se acrescentará o de Invicta: - e assim será designada: - A antiga, muito nobre, sempre leal e invicta cidade do Porto.

3º - O segundo filho ou filha dos senhores d'estes reinos tomará sempre o título de duque ou duqueza do Porto.

4º - Fica por este modo ampliado o disposto no decreto de 4 de Abril de 1833 e carta regia de 13 de Maio de 1813.

O que me pareceu participar-vos para vossa intelligencia e satisfação.




Escrito no Palácio das Necessidades, assinavam-no a Rainha e o 1º Ministro, Passos Manuel.

(…)”um escudo aquartellado, tendo no primeiro quartel as armas reaes de Portugal; as armas reais são compostas por sete castelos e cinco quinas, tendo cada uma cinco besantes no interior ;

(…) “no segundo as antigas armas da mesma cidade, e assim os contrarios…” As do Porto são a Virgem segurando o Menino, ladeados por duas torres.

No centro sobre o ponto onde se unem os quatro quartéis,(…) “e sobretudo, por honra, e em recordação do legado precioso que de meu augusto pae recebeu, um escudete vermelho com um coração de oiro…” um coração, que representa o precioso legado que D. Pedro IV (pai de D. Maria II) deixou à cidade como forma de reconhecimento pela coragem e lealdade dos seus habitantes - segundo a sua vontade, o seu coração encontra-se guardado numa urna de prata na Igreja da Lapa.
(…)”e em roda do escudo a insignia e collar da gran-cruz da antiga e muito nobre ordem da Torre e Espada, do valor, lealdade e merito.”

 (…)e por timbre um dragão negro das antigas armas dos senhores reis d'estes reinos; com a tenção em letras de oiro sobre fita azul - Invicta:”

o Dragão negro do poder, (está de facto representado a verde), em cujo pescoço está uma fita com a palavra Invicta, título que D. Maria II atribuiu ao Porto,

“2º - Aos títulos de antiga, muito nobre e leal se acrescentará o de Invicta: - e assim será designada: - A antiga, muito nobre, sempre leal e invicta cidade do Porto.”

O Dragão

O dragão não é tradicionalmente utilizado nas armas reais portuguesas. O culto deste santo parece ter sido introduzido em Portugal pelos cruzados ingleses que auxiliaram D. Afonso Henriques na conquista de Lisboa, em 1147. Mas só mais tarde, segundo se crê no reinado de Afonso IV, se passou a usar a invocação de S. Jorge como grito de guerra contra os inimigos, em substituição do grito de "Santiago" utilizado pelos castelhanos. D. João I tinha especial devoção por S. Jorge tido como factor religioso da vitória em Aljubarrota onde também participaram ingleses. D. Nuno Álvares Pereira era um devoto deste mártir, tendo na sua bandeira a figura do santo. São Jorge é o padroeiro de Inglaterra.

Também o episódio dos “Doze de Inglaterra” referido por Camões nos Lusíadas, relata os cavaleiros portugueses que no tempo de D. João I partem do Porto para Inglaterra a pedido do Duque de Lancaster defender a honra de donzelas:

"Lá na leal Cidade, donde teve

Origem (como é fama) o nome eterno

De Portugal, armar madeiro leve

Manda o que tem o leme do governo.

Apercebem-se os doze, em tempo breve,

De armas, e roupas de uso mais moderno,

De elmos, cimeiras, letras, e primores,

Cavalos, e concertos de mil cores.”

"Advance our standards, set upon our foes,
Our ancient word of courage fair Saint George
Inspire us with the spleen of fiery dragons."


“Avançai estandartes nossos, lançai-vos sobre o inimigo /Que o nosso velho brado de coragem “Por S. Jorge” / Nos inspire com o alento dos dragões de fogo.”
William Shakespeare (1564 – 1616)- Richard III.," Act v. sc. 3.

Covilhã



COVILHÃ

Ordenação heráldica do brasão e bandeira
Publicada no Diário do Governo, I Série de 29/08/1941

Armas - De azul com uma estrela de seis raios de prata carregada por um rodízio vermelho, realçado a ouro e posto em pala. Em chefe e contrachefe uma faixa ondeada de prata. Coroa mural de cinco torres de prata.
Listel branco com os dizeres "Cidade da Covilhã" a negro.


Covilhã -  1930 -- Foi feita   Dama da Ordem Militar de Cristo    ===   (5 de Outubro de 1930), atribuída à Câmara Municipal -  pelo Presidente da República Óscar Carmona-

Covilhâ - Dama da Ordem Militar de Cristo (5 de Outubro de 1930), atribuída à Câmara Municipal[16]


Grã-Cruz da Ordem Civil do Mérito Agrícola e Industrial Classe Industrial (3 de Dezembro de 1931)

Envolvendo o pé e flancos das armas, as insígnias das Ordens de Cristo e do Mérito Industrial, suspensas das fitas, tudo de suas cores.

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O campo das Armas da Covilhã é de há muitos anos esmaltado de azul, cor que heraldicamente significa zelo, caridade e lealdade.

A estrela e os rios são de prata porque este metal na heráldica, denota humildade e riqueza.

O rodízio é de vermelho, porque este esmalte significa vitórias, força, energia, actividade e vida. O rodízio é realçado a ouro por ser este o metal mais rico na heráldica e que significa nobreza, fé, fidelidade, constância, poder e liberdade.

Com estas peças e com estes esmaltes fica realçada e dignificada a história da Covilhã e a índole dos seus naturais.
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Covilhã teve foral antigo dado por D. Sancho I em Setembro de 1186, confirmado, posteriormente, em Coimbra por D. Afonso II, no mês de Outubro de 1217.

Deve-se à clara política de D. Sancho I a reedificações de vila que estava prestes a ser abandonada pelos seus moradores. No ano da concessão do foral em 1186, os habitantes receberam honrarias régias, entre elas destacando-se o privilégio dos escravos ganharem alforria e habilitações para honras e empregos quando por mais de um ano vivido na Covilhã.

Na provisão de 2 de Dezembro de 1253, D. Afonso III declara ser a Covilhã uma das principais povoações acasteladas da Beira. Atribuiu-se a fundação ao célebre Conde D. Julião que, para se vingar de D. Rodrigo – o último rei dos Gagos, lhe ler seduzido a filha, provocou a invasão dos Árabes na Península Hispânica. Conta a tradição que na Covilhã derivado da Cova - Juliana, nome que D. Julião dera à vila reunindo num só, o seu nome e o da sua concubina ( mulher ; legítima ).

Em 1 de Junho de 1510, D. Manuel I outorgou - lhe foral novo, em Santarém.

Foi elevada à categoria de cidade no século XIX a 20 de Outubro de 1870.
A Covilhã foi, finalmente, elevada à condição de cidade a 20 de Outubro de 1870 pelo Rei D. Luís I, por ser "uma das villas mais importantes do reino pela sua população e riqueza.


1875 - Fundada a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Covilhã ( Torre e Espada )


quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Anexo 1  - Angra do Heroísmo -



Angra do Heroísmo
A primeira povoação condecorada com a Ordem Militar da Torre e Espada  foi a cidade açoreana de Angra do Heroísmo, - Ilha Terceira- com a Grã-Cruz outorgada pela Rainha D. Maria II
D. João IV outorgou-lhe o título de "sempre leal cidade" pela coragem dos seus moradores na Crise de 1580 sempre ao lado de D. António, Prior do Crato
Em 1641  e pela valentia demonstrada ao expulsarem as tropas castelhanas entrincheiradas na fortaleza do Monte Brasil
No século XIX e no decorrer das Lutas Liberais foi elevada à categoria de Capital do Reino de Portugal -15 de Março de 1830 - Junta Provisória em nome de D. Maria
 A 17 de Janeiro de 1837, a Rainha D. Maria II,   conferiu o título de "mui nobre, leal e sempre constante cidade de Angra do Heroísmo", e a condecorou-a com a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.


Brasão antigo 

Ano de 2013 
De acordo com a deliberação, o município de Angra do Heroísmo volta a utilizar os símbolos concedidos por decreto real de D. Maria II de 12 de Janeiro de 1837 e as cores azul e branco na sua bandeira a partir de 21 de Agosto, data do aniversário da fundação da cidade.
A presidente da Câmara Municipal de Angra do Heroísmo, Sofia Couto, referiu que o processo de alteração dos símbolos heráldicos foi elaborado de acordo com o previsto na lei e que em relação aos elementos utilizados no brasão de 1837 há alguns que não podem ser utilizados, como é o caso da coroa dourada porque Lisboa como capital é única cidade que a pode usar.

A autarca referiu que, em 1940, Angra do Heroísmo passou a dispor de símbolos heráldicos por imposição do Estado Novo passando também a ter que usar o vermelho e amarelo, o que na altura foi contestado por se tratarem das mesmas cores de Espanha.

Todas as bancadas representadas na Assembleia Municipal de Angra do Heroísmo (PS, PSD e CDS/PP), manifestaram o seu apoio à restauração dos anteriores símbolos heráldicos da cidade.

Durante o período de intervenção do público, o historiador Jorge Forjaz referiu que Angra do Heroísmo teve que deixar de utilizar os símbolos heráldicos de 1837 por imposição do Estado Novo e que as cores azul e branco não representam a monarquia, mas sim o Liberalismo, lembrando o facto de Angra ter sido a primeira cidade distinguida com o colar da Ordem da Torre e Espada.


Brasão Antigo - 1860- Livro 








Brasão de 1860

As cidades e villas da monarchia portugueza que teem brasão d'armas”, Volume 1 - Por Ignacio de Vilhena Barbosa


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Desse modo, em poucos anos, desde 1478, a povoação fora elevada à categoria de vila e, em 1534, ainda no contexto dos Descobrimentos, foi a primeira do arquipélago a ser elevada à condição de cidade.
 No mesmo ano, foi escolhida pelo Papa Paulo III, pela bula Æquum reputamus, para sede da Diocese de Angra, com jurisdição sobre todas as ilhas do arquipélago dos Açores.

As razões para esse vigoroso progresso deveram-se à importância do seu porto como escala da chamada Carreira da Índia, centrado na prestação de serviços de reabastecimento e reaparelhamento das embarcações carregadas de mercadorias e de valores. Por essa razão desde as primeiras décadas do século XVI aqui foi instalada a Provedoria das Armadas, com essa função e a de apoiar a chamada Armada das ilhas. Posteriormente, no contexto da Dinastia Filipina, a estes vieram justar-se os galeões espanhóis carregados de ouro e prata, oriundos das Índias Ocidentais, numa rota que se estendia de Cartagena das Índias, passava por Porto Rico e por Angra, e alcançava Sevilha. Para apoiar essas fainas, foram implantados os primeiros estaleiros navais, na Prainha e no Porto das Pipas, e as fortificações que fecham a baía: o chamado Castelo de São Sebastião e o de São João Baptista.

A cidade, mais de uma vez, teve parte activa na História de Portugal: à época da Crise de sucessão de 1580 resistiu ao domínio Castelhano, apoiando António I de Portugal que aqui estabeleceu o seu governo, de 5 de Agosto de 1580 a 6 de Agosto de 1582. O modo como expulsou os espanhóis entrincheirados na fortaleza do Monte Brasil em 1641 valeu-lhe o título de "Sempre leal cidade", outorgado por João IV de Portugal.

Posteriormente, aqui esteve Afonso VI de Portugal, detido nas dependências da fortaleza do Monte Brasil, de 21 de Junho de 1669 a 30 de Agosto de 1684.

Posteriormente Angra constitui-se na capital da Província dos Açores, sede do Governo-geral e em residência dos Capitães-generais, por Decreto de 30 de Agosto de 1766, funções que desempenhou até 1832. Foi sede da Academia Militar, de 1810 a 1832.

No século XIX, Angra constitui-se em centro e alma do movimento liberal em Portugal. Tendo abraçado a causa constitucional, aqui se estabeleceu em 1828 a Junta Provisória, em nome de Maria II de Portugal. 
Foi nomeada capital do reino por Decreto de 15 de Março de 1830. 
Aqui, no contexto da Guerra Civil Portuguesa (1828-1834), Pedro IV de Portugal organizou a expedição que levou ao desembarque do Mindelo e aqui promulgou alguns dos mais importantes decretos do novo regime, como o que criou novas atribuições às Câmaras Municipais, o que reorganizou o Exército Português, o que aboliu as Sisas e outros impostos, o que extinguiu os morgados e capelas, e o que promulgou a liberdade de ensino no país.

Em reconhecimento de tantos e tão destacados serviços, o Decreto de 12 de Janeiro de 1837 conferiu à cidade o título de "mui nobre, leal e sempre constante cidade de Angra do Heroísmo", e a Rainha D. Maria II de Portugal condecorou-a com a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.

A cidade sempre teve forte tradição municipalista, e a sua Câmara Municipal foi a primeira do país a ser eleita, já em 1831, após a reforma administrativa do Constitucionalismo (Decreto de 27 de Novembro de 1830).

Em Angra encontraram refúgio Almeida Garrett, durante a Guerra Peninsular, e a rainha Maria II de Portugal entre 1830 e 1833, durante a Guerra Civil Portuguesa (1828-1834). Por aqui passou Charles Darwin, a bordo do "HMS Beagle", tendo aportado a 20 de Setembro de 1836. Darwin partiu daqui para a ilha de São Miguel em 23 de setembro, após fazer um passeio a cavalo pela ilha, onde entre vários locais visitou as Furnas do Enxofre, tendo na altura afirmado que a nível biológico "nada de interessa encontrar". Mais tarde, e reconhecendo o seu erro, pediu a vários cientistas, nomeadamente a Joseph Dalton Hooker, a Hewett Cottrell Watson e a Thomas Carew Hunt que lhe enviassem espécimes da flora endémica da Macaronésia e também amostras geológicas.



Títulos da cidade de Angra
1643 - Por Alvará de 2 de Abril, D. João IV de Portugal concede à cidade de Angra o título de "Mui nobre e leal", pela sua bravura durante a Guerra da Restauração;
1828 - Decreto (não revogado) de 28 de Outubro que declara Angra a Capital da Província dos Açores, com o seguinte preambulo: “Tendo sido esta cidade condecorada com o título de: Muito nobre e sempre leal cidade de Angra, pelos feitos heróicos praticados por seus fiéis habitantes na restauração de Portugal em 1641, e tendo outrossim estas ilhas sido declaradas adjacentes ao reino de Portugal por alvará de 26 de Fevereiro de 1771, e ultimamente (1828) contempladas como província do reino, §. 1.º, artigo 2.º, título 1.º da Carta Constitucional: há por bem esta Junta Provisória, encarregada de manter a legítima autoridade d'el-rei o Sr. D. Pedro IV, declarar em nome do mesmo Augusto Senhor, que todas as nove ilhas dos Açores são uma só e única província do reino, e que esta cidade de Angra é a capital da província dos Açores. As autoridades a quem competir assim o tenham entendido, cumpram e façam executar: e o Secretário dos Negócios Interinos faça dirigir cópia deste decreto às estações competentes e autoridades na forma do estilo. - Angra, 28 de Outubro de 1828. - Deocleciano Leão Cabreira. - João José da Cunha Ferraz. - José António da Silva Torres. - Referendado; Alexandre Martins Pamplona Corte Real.”
1830 - Por força do Decreto de 15 de Março - Angra é nomeada capital do Reino de Portugal.
1837 - Por Carta Régia, pelos serviços prestados durante a Guerra Civil, a cidade de Angra acrescenta aos seus títulos o de "Heroísmo" e de "Sempre Constante", tornando-se a "Mui Nobre, Leal e Sempre Constante Cidade de Angra do Heroísmo"; a sua Câmara Municipal é condecorada com a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, Valor, Lealdade e Mérito, recebendo um novo brasão de armas;
O Centro Histórico de Angra do Heroísmo encontra-se, desde 1983, classificado como Património Mundial pela UNESCO.

terça-feira, 20 de setembro de 2016


Objectivo deste trabalho:

(Rascunho)

Distinguir as POVOAÇÕES PORTUGUESAS  que algum dia e por alguma razão mereceram ser condecoradas com a mais alta condecoração de Portugal  -

Ordem Militar de Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito

Graus 
a) Grande-Colar e Grã-Cruz – 
b) Grande-Oficial –
c) Comendador – 
d) Oficial – 
e) Cavaleiro ou Dama –




Grande-Colar e Grã-Cruz      Banda de Grande.Colar      Placa de Grande-Colar     


Fita de Peito de Oficial









A Ordem da Torre e Espada foi instituída pelo Príncipe-Regente D. João, futuro D. João VI, em maio de 1808, logo que chegou ao Rio de Janeiro, depois de ter atravessado o Atlântico e ter permanecido algumas semanas na Bahia. Desejando condecorar oficiais dos quatro navios de guerra ingleses que haviam acompanhado a viagem da Corte ao Brasil e não podendo lhes conferir as tradicionais condecorações militares portuguesas - das Ordens de Cristo, Avis e Santiago da Espada - por não serem católicos os referidos oficiais, decidiu D. João criar uma ordem nova, puramente civil e sem o caráter religioso inerente às antigas Ordens militares.

A nova Ordem pretendia restabelecer a lendária Ordem da Espada, que alguns autores afirmavam ter sido criada em 1459, pelo Rei D. Afonso V, para celebrar a conquista da praça-forte africana de Alcácer-Seguer.



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INTRODUÇÃO

A Ordem da Torre e Espada ou simplesmente Ordem da Espada (posteriormente chamada Antiga e Muito Nobre Ordem da Torre e Espada) foi uma ordem militar portuguesa fundada por D. Afonso V de Portugal em 1459, constituindo, desde o seu início, a mais alta Ordem de Cavalaria do Reino de Portugal.
Foi extinta em 1834, estabelecendo-se em seu lugar a 
Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.
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Em alguns casos, independentemente de se tratar de distrito, concelho ou freguesia, a localidade, em algúm ponto da história de Portugal foi condecorada pela Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito, sendo a mais importante Ordem Honorífica portuguesa. O Grande Colar da Ordem da Torre e Espada é a condecoração de maior valor.
No brasão aparece entre o Escudo e o Listel





ROL das  

Vilas e Cidades Membros da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito




Povoações condecoradas com Torre Espada


Angra do Heroísmo

A primeira povoação condecorada com a Ordem Militar da Torre e Espada  foi a cidade açoreana de Angra do Heroísmo, - Ilha Terceira- com a Grã-Cruz outorgada pela Rainha D. Maria II
D. João IV outorgou-lhe o título de "sempre leal cidade" pela coragem dos seus moradores na Crise de 1580 sempre ao lado de D. António, Prior do Crato
Em 1641  e pela valentia demonstrada ao expulsarem as tropas castelhanas entrincheiradas na fortaleza do Monte Brasil

No século XIX e no decorrer das Lutas Liberais foi elevada à categoria de Capital do Reino de Portugal -15 de Março de 1830 - Junta Provisória em nome de D. Maria




 A 17 de Janeiro de 1837, a Rainha D. Maria II,   conferiu o título de "mui nobre, leal e sempre constante cidade de Angra do Heroísmo", e a condecorou-a com a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.







Grã-Cruz

Angra do Heroísmo  -  1837 - Por Carta Régia, pelos serviços prestados durante a Guerra Civil, a cidade de Angra acrescenta aos seus títulos o de "Heroísmo" e de "Sempre Constante", tornando-se a "Mui Nobre, Leal e Sempre Constante Cidade de Angra do Heroísmo"; a sua Câmara Municipal é condecorada com a Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, Valor, Lealdade e Mérito, recebendo um novo brasão de armas;  
1937 -  outorgado por Sua Majestade Fidelíssima, a Rainha D: Maria II 






Alcobaça



1919 - Alcobaça foi condecorada  Dama da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito a 26 de Abril de 1919.  pelo Presidente da República João do Canto e Castro




Aveiro


Aveiro -- 1919 - Foi feita Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito a 29 de Março de 1919 --  pelo Presidente da República João do Canto e Castro





Bragança


Bragança -- 1919 - Foi feita Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito a 26 de Abril de 1919  --  pelo Presidente da República João do Canto e Castro




Caldas da Rainha




Caldas da Rainha -- 1919 -- A 26 de Abril de 1919 foram feitas Dama da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito. --  pelo Presidente da República Canto e Castro



Chaves


Chaves - A 24 de Março de 1919 foi feita Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito   1919/03/24    pelo Presidente da República João do Canto e Castro





Coimbra


Coimbra - 1919 -- A 26 de Abril de 1919 foi feita Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito  --  pelo Presidente da República João do Canto e Castro



Évora




Évora - 1919 -  Foi feita Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito a 26 de Abril de 1919.[8]  pelo Presidente da República João do Canto e Castro



Mirandela





Mirandela -- A 29 de Março de 1919, a então Vila de Mirandela foi feita Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito.  pelo Presidente da República João do Canto e Castro
Pelo papel desempenhado m 1919 a quando da contra-revolução liderada por Paiva Couceiro na chamada "Monarquia do Norte" 

ver  https://pt.wikipedia.org/wiki/Monarquia_do_Norte



Ovar


Ovar  --  1919 -- Por ter resistido aos monárquicos à época da chamada "Traulitânia" (1919), a vila foi feita Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito a 26 de Abril de 1919  --  pelo Presidente da República João do Canto e Castro



Porto


Porto .--  1919 - Cidade agraciada com a Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito a 26 de Abril de 1919 -  pelo Presidente da República João do Canto e Castro -



Santarém


Santarém --  1919 -- Foi feita Oficial da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito em 26 de abril de 1919   pelo Presidente da República João do Canto e Castro





Lisboa





Lisboa  -- 1920 --  Grã-Cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito  1920/06/03   pelo Presidente da República António José de Almeida



Amarante



Amarante  -  1925- Foi feita Dama da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito a 21 de Novembro de 1925  -- pelo Presidente da República Manuel Teixeira Gomes



Elvas



Elvas -  1930 - foi feita Oficial  da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito  1930/02/03  pelo Presidente da República Óscar Carmona



Covilhã





Covilhã -  1930 -- Foi feita   Dama da Ordem Militar de Cristo    ===   (5 de Outubro de 1930), atribuída à Câmara Municipal -  pelo Presidente da República Óscar Carmona-